A ação antitruste do Departamento de Justiça dos EUA contra o Google trouxe à tona um dos segredos mais bem guardados da indústria: o valor exato que o Google paga à Apple para ser o mecanismo de busca padrão em seus dispositivos. Uma quantia que foi mantida em sigilo desde o início do processo contra o Google e que finalmente foi revelada.
Pode ser a vez do mecanismo de busca da Apple
De acordo com a Bloomberg, o Google transfere para a Apple 36% da receita gerada pelas buscas realizadas no navegador Safari do iPhone, iPad e Mac, o que representa uma quantia colossal.
Este acordo, em vigor desde 2002 e revisado em várias ocasiões, não apenas traz benefícios significativos para a Apple, mas também garante a posição do Google como a opção de busca padrão nos dispositivos móveis mais populares do mundo. Na verdade, estima-se que a Apple receba entre 18 e 20 bilhões de dólares por ano com esse acordo, o que representa aproximadamente 15% de seus lucros operacionais anuais.
No entanto, o fato de o Google oferecer esse acordo não passou sem controvérsias. A ação antitruste do Departamento de Justiça dos EUA contra o Google coloca esse acordo sob escrutínio, argumentando que poderia constituir um monopólio de busca. Os advogados têm lutado para manter a confidencialidade dos detalhes do acordo, alegando que revelá-los prejudicaria a posição competitiva do Google.
O depoimento de Eddy Cue, chefe de serviços da Apple, durante o julgamento em outubro, revelou que o Google é o mecanismo de busca padrão no iPhone porque, segundo a Apple, é a melhor opção. No entanto, essa situação poderia mudar se o Google perder a ação antitruste. Uma derrota poderia levar à dissolução do acordo entre as empresas, e a Apple poderia oferecer aos usuários a escolha de um mecanismo de busca ao configurar o dispositivo.
Desenvolver um mecanismo de busca próprio e perder bilhões de dólares provenientes do Google é algo difícil de justificar perante os acionistas da Apple. No entanto, agora, o desfecho do julgamento poderia mudar completamente a situação, levando a Apple a considerar a criação de um mecanismo de busca. Na verdade, sob a liderança de John Giannandrea, chefe de inteligência artificial da Apple, já está em andamento o desenvolvimento de um mecanismo de busca para aplicativos da Apple, o que poderia estabelecer as bases para uma alternativa completa ao Google Search.
A decisão final do julgamento e os possíveis processos de apelação prolongarão a resolução deste caso, mas o que é certo é que, assim como o julgamento do Fortnite contra o Google e enquanto o Google expande seu mecanismo de busca impulsionado por IA para mais países, o desfecho poderia remodelar significativamente o cenário tecnológico e de busca na internet. Vamos acompanhar como os eventos se desenvolvem.