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“O estudo foi mal comunicado”. O jeito do Facebook de pedir desculpas pela manipulação de dados

“O estudo foi mal comunicado”. O jeito do Facebook de pedir desculpas pela manipulação de dados
Rui Maciel

Rui Maciel

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Segunda no comando no Facebook, a COO Sheryl Sandberg, se desculpou em nome da empresa pela manipulação que a rede social fez no feed de notícias de 700 mil de seus usuários. Os resultados foram usado em uma pesquisa acadêmica de psicologia.

Segundo o Wall Street Journal, Sandberg afirmou que o experimento foi “mal programado”. De acordo com a executiva, “isso (a manipulação de dados) faz parte de pesquisas em andamento executadas pela companhia, com o objetivo de testar diferentes produtos”. Ela afirma que todo o experimento foi “mal comunicado pelo Facebook e que por essa comunicação falha, nós pedimos desculpas. Nunca quisemos incomodar vocês”.

A divulgação da manipulação dos dados para o estudo psicológico gerou protestos em todo o mundo. No Reino Unido, órgãos governamentais querem investigar se o Facebook violou leis de proteção de dados, alterando a timeline dos usuários sem o seu consentimento. A ação teria sido feita em 2012 e, segundo alguns veículos informam, os termos de uso da rede social na época ainda não permitiam a utilização de informações para fins de pesquisa.

Entenda o caso

Para realizar um estudo acadêmico, o Facebook manipulou – de forma secreta – o feed de notícias de quase 700 mil de seus usuários, por um período de sete dias. O objetivo era avaliar se um número maior de palavras positivas ou negativas em suas timelines era capaz de alterar o estado emocional de seus usuários e de suas postagens. Para isso, a rede social manipulou o algoritmo usado para distribuir as publicações.

Os resultados obtidos pela manipulação constataram que sim, o estado emocional de um usuário poderia ser influenciado por um número maior de palavras positivas e negativas. Segundo o estudo, “estados emocionais podem ser transferidos para os outros por meio do contágio emocional, levando as pessoas a experimentarem as mesmas emoções de modo inconsciente”, afirmaram os autores da pesquisa. “Estes resultados provam que as emoções expressas pelos outros no Facebook influenciam nossas próprias emoções, o que evidencia o contágio em larga escala via redes sociais.”

O estudo foi conduzido pelos acadêmicos Adam Kramer, Jamie Guillory e Jeffrey Hancock, que são pesquisadores associados ao Facebook e representam as universidades de Cornell e da Califórnia (UCLA). O documento foi publicado neste mês, na edição de 17 de junho da publicação oficial da Academia Nacional de Ciências dos EUA (PDF) e repercutidos pelas revistas onlines Slate e The Atlantic.

[Fontes: The Verge / Wall Street Journal]

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