O Winamp sobreviveu à sentença de morte. O programa segue firme, mas nada garante o desenvolvimento de novos recursos, especialmente com o foco da nova dona no recurso Shoutcast, para rádios online.
Então, se você não quer correr o risco de ver o programa ser deixando para escanteio pela nova empresa, nem se importa mais com a conhecida frase “Winamp, it really whips the llama’s ass!”, a hora para procurar alternativas é agora.
Como é o Winamp? Como deve ser seu substituto?
O Winamp sempre foi compacto, rápido e confiável. Um reprodutor puro. Comparado com o iTunes, o Winamp se destaca pela sua simplicidade. E pode ser personalizado com diversos plugins, que permitem reproduzir formatos tão exóticos como o MOD ou o SID, ou até mesmo criar uma pequena rádio caseira através da Internet com o ShoutCast, o servidor de sons.
E depois vêm os temas, autênticas obras de arte do desenho de interfaces. O tema clássico do Winamp tem espaço garantido nos corações de muitos usuários, mas outros caíram nas graças da comunidade, como o WeeAmp, que convertia o Winamp em um reprodutor diminuto. Dessa forma, é possível escutar música sem roubar espaço.
Ainda é um grande aplicativo, mas as alternativas existem e estão mais fortes do que nunca. Elas estão na área desde que o Winamp lançou sua desastrosa versão 3, enfurecendo milhares de fãs em todo o mundo. Desde então, vimos desfilar dezenas de pretendentes ao trono do som, só que com o Winamp vivo, nenhum pode reinar. Quem sabe essa fase de indecisão seja a chance de algum deles.
Para ser considerado, o concorrente deve ter as seguintes características: ser leve, rápido e compacto como o Winamp, possa ser personalizados ao máximo, suporte o maior número de formatos possíveis e dê a opção de escutar rádios online, compatível com o protocolo ShoutCast, cujo índice de rádios deve continuar sob os cuidados da Radionomy.
Com os aplicativos que citarei a seguir, você pode fazer praticamente o mesmo que você fazia com o Winamp. Talvez, não do mesmo modo nem com o mesmo aspecto compacto, mas ninguém disse que sobreviver seria fácil…
Foobar2000: independente, minimalista, rápido
Muitos dos usuários que deixaram o Winamp ao longo dos anos optaram pelo foobar2000, reprodutor leve para Windows criado por um antigo desenvolvedor do Winamp, Peter Pawlowski.
O foobar2000 se destaca por sua rapidez, leveza e potência. A quantidade de plugins (“componentes”) é enorme, e com eles você pode agregar suporte para formatos de áudio obscuros, para gravar CDs, para usar o protocolo ASIO, etc.
O ponto fraco de foobar2000? É feio, mas se você instalar um dos temas disponíveis, como o minimal foobar2000 ou foo flow, a experiência de uso melhora bastante. Existe, claro, uma versão simplificada que se chama Boom.
AIMP: o Winamp profissional que vem da Rússia
Bem similar ao Winamp no desenho e funções, o AIMP é um reprodutor que segue em pleno desenvolvimento. Seu autor, Artem Izmaylov, começou o projeto quando ainda era estudante e suas iniciais dão nome ao programa.
O AIMP usa uma biblioteca de som própria, compatível com muitos formatos e capaz de reproduzir arquivos de até 250 megabytes de tamanho diretamente da memória RAM, evitando assim interrupções na reprodução.
Se você quiser que o AIMP se pareça mais ainda com o Winamp, você tem que instalar o tema clássico para AIMP. Existe também uma versão para Android em desenvolvimento, e no Play você pode encontrar vários aplicativos para controlar o AIMP remotamente.
Clementine: um reprodutor muito bem conectado
Clementine é um reprodutor moderno com vocação “conservadora”: ele nasceu quando o famoso Amarok passou da versão 1.4 para a versão 2, radicalmente diferente em essência e visual.
Clementine se organiza em vários painéis, com abas para listas de reprodução e controles de reprodução. É capaz de se conectar com serviços como o Spotify, Grooveshark, Jamendo e Soundcloud.
Como os outros aplicativos, o Clementine também tem um app de controle remoto para Android. O mais interessante? Você pode reproduzir música armazenada no Dropbox, Box, Drive ou Skydrive, os “discos rígidos” na nuvem.
XMPlay: o irmão secreto do Winamp
334 kilobytes: isso é o que ocupa o arquivo comprimido do XMPlay 3.7, o reprodutor de áudio gratuito que melhor parece ter conservado o espírito do Winamp.
Em desenvolvimento desde 1998, o XMPlay oferece uma boa qualidade de som, compatibilidade com a maioria de formatos de áudio e temas clássicos, como as do Winamp 2 e AIMP.
E como se isso não fosse pouco, o XMPlay também é capaz de criar uma rádio no estilo ShoutCast, uma das funções principais do Winamp. Os outros plugins agregam suportes para formatos menores e reprodução de arquivos comprimidos.
MusicBee: incrivelmente completo e potente
MusicBee é um reprodutor de áudio na metade do caminho entre o WinAmp e o iTunes. Quando apareceu em 2008, poucos apostavam nele. Agora, esse aplicativo criado por Steven Mayall é um dos herdeiros do Winamp.
MusicBee abusa dos recursos: conversor de CDs, biblioteca de música, modos especiais como “festa” ou “sonho”, mostrador de letras… E pode ser completamente personalizado com diversos temas e plugins.
Se você sempre foi fiel ao Winamp, mas invejava ou sentia falta das funções de organização do iTunes ou da aparência do Amarok, o MusicBee é uma alternativa para se considerar.
[Extra] Icecast: mantenha sua radio na Internet viva
Se você tem uma rádio na Internet com o ShoutCast, e não quer depender de uma empresa para transmitir sua música, pode usar o IceCast, um magnífico servidor de som de código aberto que funciona no Linux/Unix e Windows.
É menos fácil de configurar que o ShoutCast, mas ele conta com seu próprio diretório de rádios online em Xiph.org. Lembre-se também que o instalador para o Windows nem sempre está disponível.
E o Spotify, Rdio, Deezer e companhia?
Falar de Winamp é falar de reprodução de som à moda antiga, com arquivos de alta qualidade armazenados em um disco rígido, com CD de áudio e rádios via streaming transmitidas pelo ShoutCast. As alternativas ao Winamp buscam manter essa tradição, uma espécie de nostalgia audiófila. O Spotify e os novos reprodutores pertencem a uma nova geração, e portanto, não cabem aqui.