Duolingo é um grande app para aprender idiomas. Comecei entusiasmado, mas abandonei. Aqui explico por que foi uma má decisão e por que voltei a dedicar-me às suas aulas.
O Duolingo tem mais de 25 milhões de usuários. Em 2013, a Apple o nominou aplicativo do ano, e o Google o colocou em sua lista de melhores apps. O software tem uma pontuação de 4,6 estrelas (de um total de 5) no Google Play. Para um app que ensina idiomas, é um verdadeiro sucesso.
Sim, o Duolingo ensina idiomas. Se você fala espanhol, por exemplo, o Duolingo pode ensinar inglês, francês ou alemão. Se fala inglês, pode aprender até seis línguas. Há muitas combinações disponíveis. E diferentemente de outros apps e cursos online, o Duolingo é grátis.
O sucesso do Duolingo deve-se a um cuidadoso design e a um enfoque divertido. Você aprende vocabulário e gramática como se estivesse brincando. Errou algo? Perde uma vida como no Candy Crush. Foi aprovado em dez aulas seguidas? Recebe uma medalha.
Não queria falar francês pelo telefone
Para mim, que sou um estudante preguiçoso, essa ideia de pequenas aulas premiadas me atraiu imediatamente. E entrei de cabeça para aprender francês desde o nível mais básico. Nem olhei as opções: abri o Duolingo, fiz meu registro de usuário e comecei do zero.
Quando topei com exercícios de pronúncia e ditado, minha reação foi de surpresa. O celular falava em francês e exigia que eu respondesse na mesma língua. Nesse momento, estava no metrô: escutava o que o Duolingo tentava me dizer sobre maçãs vermelhas e mulheres bonitas em um volume bem baixo.
A combinação do barulho ambiente com a minha timidez fizeram com que fechasse o aplicativo. De noite, o Duolingo me enviou uma mensagem: queria que retomasse a aula. De manhã, outra notificação. Mas eu não queria voltar a pronunciar palavras em público. Por isso, desinstalei o aplicativo.
O problema é que não havia me aprofundado muito
Cometi um erro de principiante no Duolingo: não fui além da superfície. E só notei esse problema semanas depois, quando fui procurar novos aplicativos para aprender idiomas. Foi então que analisei bem as telas do Duolingo e vi opções de acessibilidade. Com esses botões, podia desativar as odiadas aulas de ditado e pronúncia.
Na mesma seção, descobri que podia desativar o envio de mensagens. Tenho certeza de que funcionam para muitas pessoas, mas para mim eram um transtorno. Foi um alívio saber que podia silenciá-las: podia usar o Duolingo no meu ritmo, sem que o app estivesse me lembrando toda hora do que estava pendente.
Logo descobri que havia uma área de amigos. Na primeira vez que usei o app, nem me dei conta. Ou notei e não dei importância (já sabe como é quando se tem pressa). O caso é que a possibilidade de convidar amigos e familiares para usar o Duolingo, assim como competir com eles, revitalizou por completo meu desejo de usá-lo. Agora tenho motivação extra.
Finalmente, aí estava a loja do Duolingo, outra seção que ignorava. Em troca de lingotes – a moeda virtual do app -, posso modificar meu aspecto no app e recuperar vidas, algo indispensável para avançar nos cursos. Quando comecei a concorrer com amigos, tudo fazia mais sentido.
Moral da história: os apps exigem tempo
O que aconteceu comigo ao usar o Duolingo é um exemplo do que ocorre todo dia com muitos apps: começamos a usá-los no momento errado, em uma sala de espera, no ônibus, na fila do supermercado. Assim, não chegamos a dedicar a eles tempo suficiente. Não damos oportunidade para que os apps nos mostrem como podem melhorar nossa vida.
Fico feliz por ter descoberto o Duolingo outra vez. Meu primeiro encontro com o aplicativo foi difícil e acabou mal. Mas agora o utilizo quase todos os dias. Se tivesse que recomendar a alguém um app para aprender idiomas, o Duolingo seria minha primeira opção. Também faria uma comentário: é necessário dedicar tempo.