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O Foursquare se divide para não desaparecer

O Foursquare se divide para não desaparecer
Pier Francesco Piccolomini

Pier Francesco Piccolomini

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O Foursquare, a rede social baseada em geolocalização, se transformou em dois aplicativos diferentes. Mais que isso, se tornou o símbolo da próxima geração de aplicativos de uma única função.

E assim, ao lado de um Foursquare remodelado para AndroidiPhone, vai nascer o Swarm – os usuários de Windows Phone, no entanto, precisarão esperar mais um pouco antes de usar também.

O objetivo do novo produto é manter o contato com seus amigos (saber onde eles estão, para que eles saibam onde você está e onde você está indo). O serviço original continuará servindo para descobrir novos lugares para comer, beber ou se divertir.

Mas por que o Dennis Crowley, fundador do serviço, decidiu apostar em uma divisão? Por que está convencido que um aplicativo que faz duas coisas não funciona? Que papel terá, então, o novo Foursquare?

Foursquare e Swarm

Foursquare logo O Foursquare, a princípio, será uma guia sobre os locais de uma cidade. Um olhar mais atento poderia, portanto, considerá-lo um concorrente do Yelp [Android | iPhone | Online], o “guia online da cidade.”

No entanto, diferente do Yelp, ele levará em consideração onde você esteve antes, o que você gostou e o que seus contatos gostaram, e fornecerá avaliações personalizadas dos locais visitados por amigos (e especialistas) de maneira  mais relevante e confiável, porque estará baseada em opiniões de pessoas de sua confiança.

swarm_bee_logoSwarm [Android | iPhone] com respeito ao Foursquare original oferece, por outro lado, uma injeção de privacidade extra, porque por padrão ele não mostra a sua localização exata, mas uma aproximada, que diga aos seus amigos simplesmente sobre a área onde você está, dando a opção de aumentar a precisão só se desejar.

O serviço também trabalha de uma forma mais automática, e se você quiser poderá fornecer automaticamente a sua localização aproximada aos seus contatos, mesmo sem fazer um check-in. Claro que os dois aplicativos serão fortemente ligados um ao outro, e formarão um mini ecossistema coerente e fluido, no qual será muito fácil mudar de um aplicativo para o outro.

Separar: Por quê?

A decisão de criar dois aplicativos diferentes, como explicado no blog oficial do Foursquare e em uma entrevista exclusiva com o The Verge, foi tomada observando o comportamento dos usuários, que 19 vezes em cada 20 utilizam o app apenas para o check-in ou somente para encontrar novas instalações.

“Apenas 5% dos usuários do Foursquare abriu o aplicativo para encontrar um amigo e encontrar um restaurante”, específica o Noah Weiss (vice-presidente da empresa). E acrescenta, “nós começamos uma espécie de missão impossível: ter um aplicativo para celular com uma única função, que na verdade realizava duas funções diferentes.”

Para Jon Steinback (vice-presidente da experiência de produtos) acredita que o uso da tecnologia móvel aumentou e evoluiu. No entanto, a inicialização de um app é para executar uma ação específica, não para realizar milhares de tarefas diferentes.

Deste modo surgiu a ideia de separar o Foursquare em dois serviços, para melhorá-los e aproximá-los com as reais necessidades dos usuários.

Um novo mundo específico

A “simplificação” dos apps é uma tendência. A chegada de aplicativos que realizam uma tarefa aumentou consideravelmente. Alguns estão integrados à ecossistemas de produtos que também executam uma funcionalidade.

E isso aconteceu nestes dias também na casa do Google: o Google Drive para Android, de fato, está prestes a perder a função de edição de documentos, que foi transferida para dois novos aplicativos: Docs (para documentos de texto) e Sheets (para planilhas).

local-badge-foursquareÉ como se os usuários concedessem cada vez menos tempo para os aplicativos: se uma operação não pode ser completada em poucos segundos, o programa acaba sendo esquecido. Por este motivo, os aplicativos “canivetes suíços”, com muitas diferentes funções integradas, de repente se tornaram obsoletos, lentos e indesejáveis, porque levam tempo, um bem que os usuários não parecem dispostos perder.

Visto de outro ponto de vista, poderíamos falar de uma “tendência modular“, que pode ser considerada uma versão extrema da demanda cada vez mais premente de personalização.

Cada usuário cria em seu celular uma rede de aplicativos com base em suas necessidades específicas, compondo os elementos individuais que executam uma função útil para ele. Desta forma, agiliza e torna o seu mundo digital portátil mais fácil de usar.

newbie1Nesse microcosmo, não há espaço para o supérfluo. Se você precisa de um programa para editar documentos de texto, mas não aquele que faria o mesmo com planilhas, por que deveria escolher um produto que oferece os dois?

… e o Foursquare se adapta

Em resumo, a tendência mudou. Antigamente, os produtos tudo-em-um (com o lema “sempre pode servir”) eram os mais populares, hoje a nova lei é a fragmentação, que gera uma maior possibilidade de escolha, mais consciente.

O espaço e o tempo são cada vez menores, e estamos cada vez menos dispostos a sacrificá-los por algo que realmente não precisamos. E a tecnologia, pelo que parece, se adapta de acordo.

E o Foursquare é o exemplo perfeito de que esta é a direção principal. Quando um serviço importante assume o risco de mudar profundamente, como dividir um app em dois aplicativos distintos, apostando totalmente nisso,  significa que deve valer a pena. E em breve veremos se os usuários recompensarão essa escolha corajosa.

E você, acha que é uma boa ideia mudar tão radicalmente um aplicativo difundido como o Foursquare?

[Artigo original em italiano]

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