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Conheça VK, a rede social que substituiu o Orkut no coração de (alguns) brasileiros

Conheça VK, a rede social que substituiu o Orkut no coração de (alguns) brasileiros
Rui Maciel

Rui Maciel

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A repercussão em torno do anúncio da desativação do Orkut para o fim de setembro foi como o fechamento do Cine Belas Artes em São Paulo: quase ninguém ia, mas quando o cinema anunciou que seria fechado, um monte de gente que não frequentava as salas há anos começou a chiar.

No caso do cinema, pelo menos, o final foi feliz: o Belas Artes reabriu na última semana, patrocinado por um banco federal. Agora é torcer para que a frequência do local aumente. Se vai dar lucro ou não, alguém se importa? Deveriam.

Mas no caso do Orkut, o Google foi mais prático. A audiência da rede social minguava a cada mês mesmo no Brasil, onde está a esmagadora maioria dos usuários. Além disso, a plataforma já não contava com mais nenhuma atualização e, há tempos, já não gerava lucros que justificassem sua manutenção e existência. Logo, seguindo as boas práticas capitalistas, a gigante das buscas resolveu desativar o Orkut de uma vez.

Mas, ainda assim, os cerca de seis milhões de usuários do Orkut querem resistir. Se por um lado sabem que o Google não recuará da decisão de fechar a rede social, por outro começaram a correr atrás de outra plataforma, que tenha os elementos que os façam lembrar de seu “antigo amor”. Facebook, claro, nem pensar!

Logo, a alternativa vem da longínqua Rússia e atende pelo nome de VK… ou VKontaket, se a sua fluência em russo estiver calibrada.

Mas o que diabos é o VK?

O VK (ou VKontaket) é uma rede social russa, criada em 2006 por Pavel Durov, mesmo criador do popular Telegram – o messenger que ganhou notoriedade pelos seus recursos de privacidade. Conhecido como uma espécie de “Mark Zuckerberg russo”, Durov conseguiu uma proeza com o VK: desbancou, com folga, o Facebook na Rússia. Enquanto a rede social americana tem apenas 0,4% dos internautas naquele país, o VK tem nada menos do que 14,5%, com mais de 65 milhões de perfis acessados todos os dias. De quebra, a plataforma conta com gente ilustre – e ativa – em sua base de usuários: famosos do calibre de Kevin Spacey, Enrique Iglesias, Tom Cruise e Shakira.

Pavel Durov no VK

De quebra, o VK já é o 25º site mais acessado do mundo – o segundo na Rússia – e conta com versões tanto para desktop quanto para mobile. Hoje, a rede social está disponível nas principais plataformas do gênero: iOS (iPhone e iPad), Android e Windows Phone.

Como funciona o VK?

Abrir uma conta no VK é muito simples. Você insere seu nome e sobrenome, o sexo e logo a seguir clica em Registrar. Logo depois, preencha campos com as informações pessoais. Feito isso, a rede social pedirá o seu número de celular para o envio do código de confirmação do cadastro, via SMS. Ao recebê-lo, preencha o campo indicado, crie sua senha e aperte o botão Entrar no site. Feito! A partir daí, é só começar a preencher os campos com suas preferências (comunidades, fotos, músicas, vídeos, jogos e por aí vai). Se você não quiser se esforçar muito, o VK consegue “conversar” com o Facebook e exportar seus dados de lá.

A interface do VK é uma mistura das primeiras fases do Facebook com as características do Orkut, ou seja, nada de extravagâncias visuais. Sua interface é limpa e as informações são bem organizadas, com as cores azul e branco predominando na tela. Você pode buscar por conteúdos como jogos, músicas, notícias, vídeos e – o motivo principal do interesse brasileiro pela rede russa – as comunidades. A plataforma permite ainda que você dê likes (ou curtir) em cada página.

A página de perfil do VK também lembra bastante a do Orkut, principalmente na disposição de informações. É possível visualizar dados como local de nascimento, interesses e fotos em uma ala, localizada no canto superior direito da tela. As postagens ficam localizadas um pouco mais abaixo e a relação de amigos e amigos online, bem como a de comunidades, do lado esquerdo. Há ainda uma barra mais acima que permite ao usuário realizar buscas pela rede.

Comunidade VK do Softonic

Comunidades pra que te quero!

As comunidades do VK têm uma dinâmica de funcionamento muito semelhante à do Orkut, e isso inclui o visual da página.

No centro de cada comunidade podemos ver a descrição e o seu país de origem. O board para assuntos que estão sendo discutidos fica logo abaixo. Do lado direito, há uma foto que faz referência à comunidade e abaixo podemos ver um botão para se juntar a ela, os membros que fazem parte do grupo e links com assuntos diversos, como política de uso do espaço e do VK, sugestões, entre outros. Tudo bem simples e bastante familiar.

Comunidade Nike no VK

E o Brasil com isso?

E é toda essa semelhança com o Orkut que faz com que os nostálgicos usuários brasileiros estejam migrando para o VK. Até o começo de julho, o número de usuários inscritos a partir do Brasil cresceu 2.000% e esse volume tende a se manter nos próximos meses. Tanto é que o suporte da rede social foi ampliado, com atendentes que falam o português brasileiro.

Comunidade Elite BR - Futebol Brasileiro no VK

De acordo com os novos adeptos brasileiros do VK, o grande atrativo da rede social russa são as comunidades, que têm uma dinâmica de funcionamento muito semelhante à do Orkut. Tanto é que já possível encontrar diversos grupos que migraram da antiga plataforma do Google para o seu equivalente russo. Atualmente, é possível encontrar quase 1,7 mil comunidades relacionadas ao Brasil, com temas que variam desde futebol até novelas como Avenida Brasil.

Comunidades brasileiras do VK

Ainda que essa migração esteja ocorrendo de forma robusta, as chances do VK se tornar a rede social mais popular do Brasil, ultrapassando o Facebook, são quase nulas. Afinal, a plataforma de Mark Zuckerberg traz 1,3 bilhão de adeptos, sendo que os brasileiros são o terceiro público que mais acessa o “Face”, com mais de 60 milhões de usuários (na nossa frente estão apenas os EUA e a Índia). Além disso, boa parte da base do Orkut é inativa, ou seja, tem a conta na rede, mas não a acessa há anos. Mas para os nostálgicos que curtem uma rede social mais, digamos, vintage… por que não experimentar o VK?

E aí? Você tem alguma dúvida em relação ao VK ou está interessado em migrar para esta rede? Dê a sua opinião em nossa página de comentários ou em nossos canais sociais no Facebook ou Twitter.

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