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Dicas e truques

Por que os antivírus estão em crise e como conseguirão sair dela

Por que os antivírus estão em crise e como conseguirão sair dela
Fabrizio Ferri-Benedetti

Fabrizio Ferri-Benedetti

  • Atualizado:

Os antivírus estão em crise e há quem já os considere passado. Eu, porém, acredito que podem sobreviver, mas só com uma grande mudança. Explico o porquê.

Brian Dye, vice-presidente da Symantec, foi muito claro: os antivírus ficaram obsoletos e estão condenados à extinção. Segundo seus cálculos, eles capturam apenas 45% dos perigos atuais. E um dos criadores do Norton, Ted Schlein, classificou os antivírus como “necessários, mas insuficientes”.

Qual é a moral desse assunto? Podemos deduzi-la a partir de quatro fatos que definem o estado da segurança informática. Vistos em conjunto, ajudarão você a compreender o que está acontecendo com os antivírus e até onde é preciso ir para proteger seus dados.

Antivírus são incapazes de detectar perigos atuais

Primeiro fato: os antivírus já não servem porque o problema que resolvem não é como era antes. De acordo com um estudo da FireEye, 82% dos malwares desaparecem por completo depois de uma hora. Em média, 70% só existem uma vez. Os enormes arquivos de empresas de antivírus são cemitérios de malwares que jamais afetarão você.

Atividade de um vírus dura por pouco tempo, aponta pesquisa

Em duas horas, a maioria dos vírus desaparece do mapa (fonte)

Os criadores de antivírus sabem disso. Nos últimos anos, temos assistido a uma evolução rumo a um estilo de detecção mais inteligente, a heurística, que identifica possíveis vírus a partir de comportamentos estranhos do computador. Suas desvantagens? Consome muitos recursos e é difícil de interpretar (e os antivírus não explicam direito).

Para frear sua queda, os antivírus engordaram

Segundo fato: os antivírus transformaram-se em coisas monstruosas e lentas. Ao longo dos anos, foram adicionando às suas janelas uma grande quantidade de funções extras, como cópias de segurança ou limpadores de arquivos. São recursos úteis, mas não têm nada a ver com a proteção anti-malware. São uma distração.

Para manter relevância, antivírus adicionam novas funções, mas prejudicam performance

Antivírus portáteis e leves, como o Avira PC Cleaner, recuperam o espírito do passado

Essa tática, a de engordar aplicativos, é utilizada pelos desenvolvedores para ganhar tempo frente a um final inevitável. Porém, mesmo com novos recursos, os antivírus não convencem os usuários, que se deram conta da pouca relevância diante da crise atual de segurança.

Ataques estão mais sofisticados

Terceiro fato: agora, você já não armazena suas informações debaixo do colchão do seu computador, mas sim em um dos muitos bancos de dados online, como o Google ou o Dropbox. Criminosos só podem causar danos de duas maneiras: “assaltando” os bancos de dados ou enganando você para conseguir a senha das suas economias digitais e dados.

Antivírus integram funções offline e online, como o Avast!

A integração antivírus-navegador é uma estratégia inteligente adotada pelo Avast

A maioria dos ataques acontece quando se navega na internet. O malware se faz passar por sites legítimos ou se esconde neles de forma sigilosa. Às vezes, aproveita vulnerabilidades espetaculares. E se você não pode fazer muita coisa com seu antivírus, suas webs favoritas ganham enorme importância neste ponto, já que podem reforçar seus servidores e controlar as intrusões sofridas.

Navegadores são os principais concorrentes dos antivírus

Quarto fato: o navegador protege mais seu computador do que um antivírus. Aí está o exemplo do Chrome, que começou um experimento de esconder endereços. Ao ocultá-los, o Chrome tira dos criminosos um jeito muito utilizado com a finalidade de roubar dados (phishing). Fica mais difícil cair na armadilha.

Nova versão do Chrome esconde as URLs quase por completo

Versão de teste do Chrome, Canary, oculta o endereço dos sites quase por completo (fonte)

A nuvem -Google, Facebook, Yahoo!- faz uma filtragem de vírus e spam, protegendo nossos dados. No PC, o risco que permanece é mais sutil, e contra ele só há uma arma: o bom senso. Um antivírus, como policial, protege você contra agressões óbvias, mas não evitará que o enganem pelo simples fato de que não pode pensar por você.

Para sobreviver, o antivírus deve ser professor e guardião

Os antivírus são necessários, mas insuficientes. Cumprem seu papel de guardiões com dedicação, mas não podem proteger você das suas próprias decisões. A única maneira com a qual podem ser realmente úteis é oferecendo um fator educativo. Os antivírus, em resumo, precisam ser, ao mesmo tempo, guardiões e professores.

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O futuro dos antivírus depende de uma melhor comunicação com o usuário para que se converta em um participante ativo da segurança. De dedicar mais atenção a todos os dispositivos que você usa e aos seus hábitos. O antivírus deve aprender com você e, logo, ensiná-lo a se proteger. Tenho certeza de que, neste ano, veremos uma nova geração de antivírus.

Você acha que os antivírus conseguirão evoluir?

[Artigo original em espanhol]

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