Virou rotina. Todos os anos, em meados de Setembro, a pergunta é: PES ou FIFA? Depois de jogar o título da EA, nós testamos a prévia do simulador da Konami.
Alguns corintianos esperaram anos intermináveis pela conquista da Taça Libertadores da América do mesmo jeito que alguns esperam a série Pro Evolution Soccer voltar ao alto nível de simulação de futebol dos anos anteriores, quando predominava o gênero.
Neste ano, a Konami prometeu revolucionar o título depois de frustrar alguns jogadores com o PES 2014. O título, esperado como um sopro de renovação da série, introduziu o motor Fox Engine, responsável pela remodelação gráfica. Mas sem efeitos de chuva ou neve.
Consciente sobre os problemas, o presidente da divisão européia do PES, Shinji Hirano, disse ao portal MCV, “2014 foi um ano de transição para a franquia, mas nós sabemos o que fizemos de errado e estamos trabalhando para melhorar. A próxima versão será muito diferente, então, espere grandes coisas”,
Na E3, em Los Angeles, nós pudemos testar o PES 2015 para confirmar se a promessa foi cumprida ou se está encaminhada. Nós entramos na sala de testes da Konami e jogamos duas partidas marotas do novo título que será lançado em Setembro.
Liberdade de movimento e precisão
A versão demo traz dois times europeus: Juventus e Bayern. Impossibilitado de escolher meu time de coração – no caso, a gloriosa Torino – eu desafiei o RP da Konami com o Bayern de Munique. Só demorou alguns passes e cruzamentos para eu pegar as primeiras impressões do game, impressões confirmadas no segundo tempo e na outra partida.
Ainda com o sabor agridoce do último PES na boca, fui surpreendido pela grande liberdade de movimentação. A mobilização rígida e padronizada que caracterizou os últimos títulos parecem estar com os dias contados. O tal problema de estatização, quase resolvido no PES 2014, aparentemente terminou.
Os jogadores estão mais soltos e os movimentos mais naturais, de acordo com a haiblidade do atleta – não adianta esperar que um beque se movimente igual ao Neymar. Durante uma ação na área Juventina, por exemplo, eu tabelei entre a dupla Kroos-Robben e coloquei o jogador holandês em profundidade na área, perto do lado direito da área.
Pogba, da Juventus, e seu cabelinho ousado
Como a bola avançou para uma batida sem ângulo, eu peguei a bola e voltei um pouco. Tratando-se de um jogador que prefere chutar de canhota, Robben ajeitou a bola para esquerda preparando aquele velho e conhecido chute. A parábola do chute-cruzamento encontrou Ribéry livre, que não aproveitou a oportunidade.
A resposta dos comandos foi precisa e sincronizada, embora eu não tenha experiência (e habilidade) para fazer aqueles dribles cinematográficos com a bola. Sobre isto, a evolução provavelmente será bem maior se comparado com o título de 2014.
A impressão é que o PES 2015 abre mais espaços no campo para jogadas imprevisíveis, típicas do futebol mesmo. O sentimento é de possuir mais controle da bola, embora alguns momentos tenham soados exagerados.
Atmosfera, celebrações e replays
Se há um aspecto que o Pro Evolution Soccer sempre conseguiu superar o FIFA é a capacidade de reproduzir a atmosfera da partida já no menu.
PES 2015 melhorou este sentimento. A entrada em campo dos times e a expressão dos torcedores nas arquibancadas transmitem que estamos diante de um grande encontro. Principalmente pela alta definição da arquibancada.
O que mais me impressionou foi o momento da comemoração. Após colocar a bola no fundo do capim, como diria o saudoso Sílvio Luiz, Ribéry correu em direção a uma das câmeras, situada ao lado do campo, pôs as mãos no aparelho e a chacoalhou como se não houvesse amanhã. Igual a um jogador dominado pelo êxtase.
A expressão dos jogadores e, sobretudo, do atleta francês foi reproduzido fielmente. Quem ganha com o resultado é a Fox Engine, motor gráfico que começa a dar frutos. Até o replay do PES 2015 pareceu mais convicente com as suas dezenas de ângulos diferentes.
Carlito Tevez está pronto para mais uma jogada
Algumas coisas para melhorar, mas o caminho é esse
Em conversa informal, o RP do PES 2015 acredita que o novo título tem mais precisão e definição que a versão anterior. Embora não tenhamos visto o menu para alterar as condições climáticas na demo, ele assegurou a chuva e neve para o PES 2015.
As coisas a serem melhoradas são alguns rebotes e trajetórias surreais da bola. Ao menos, o efeito “bola de boliche” durante uma arracanda parece ter desaparecido.
A inteligência artificial dos companheiros de equipe precisam aumentar de nível: algumas vezes você se sentirá sozinho contra o adversário, já que o resto do time não procura qualquer espaço vazio para ocupar. Neste critério ainda continua inferior ao FIFA.
O PES 2015 que nós vimos e jogamos não é, obviamente, a versão final. O título ainda receberá aquele último acabamento para chegar nas prateleiras reluzindo. Mesmo o game estando numa fase muito avançada de programação.
Câmera sofreu com a vibração do atacante Ribéry
Apesar de alguns pontos para melhorar, a Konami está na direção certa do novo simulador graças à incrível fluidez, resposta de comando e o poder gráfico da Fox Engine.
Concorrendo com as inovações de jogabilidade do FIFA 15, a Konami pode recuperar a desvantagem em relação ao título da EA, se não recuperar totalmente.
Se você quer saber quem ganhará a partida entre PES 2015 e FIFA 15, nós só podemos dizer para esperar um pouco. Os dois jogos estão agendados para o final de Setembro. Como diria um folclórico narrador, “Haja coração, meu amigo!”.
Ficou curioso sobre o FIFA 15? Leia nossa prévia do simulador da EA.
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