A batalha legal da Epic Games contra o Google continua. Esta semana, aconteceu um dos eventos mais esperados em um julgamento de grande importância para a indústria de tecnologia: o depoimento de Tim Sweeney, CEO da Epic, no tribunal federal de São Francisco.
O conflito entre o Google e a Epic Games remonta ao verão de 2020, ano em que a Epic solicitou ao Google que parasse de cobrar dos desenvolvedores uma comissão de 30% nas compras in-app. Obviamente, havia um motivo significativo: era um dos melhores momentos para o Fortnite, e as comissões estavam consumindo uma grande parte do lucro gerado por todas as compras no aplicativo.
O Google se recusou a deixar de cobrar esta comissão, e a Epic, de forma audaciosa, decidiu instalar um sistema de pagamentos próprio dentro do app do Fortnite, que permitia aos usuários contornar a intermediação do Google e adquirir os produtos digitais por um preço menor.
Diante dessa situação, o Google decidiu retirar o Fortnite da Play Store em 13 de agosto de 2020. Imediatamente, Sweeney processou o Google no mesmo dia, acusando o gigante tecnológico de exercer um controle monopolista sobre os desenvolvedores de jogos para dispositivos móveis em sua Play Store.
‘Quero deixar claro para todo mundo exatamente o que estava acontecendo nessas plataformas’, disse Sweeney em seu depoimento nesta segunda-feira. ‘Quero que todo mundo veja e entenda que o Google exerce um controle de fato sobre a disponibilidade de apps no Android.’
Um dos detalhes mais curiosos deste caso judicial é que o Google tem favorecido certas empresas tecnológicas em relação à comissão cobrada na Play Store. É o caso da Netflix, à qual o Google ofereceu cobrar apenas 10% nas compras in-app para ‘mantê-la satisfeita’, embora sem sucesso finalmente. O Spotify também foi oferecido uma comissão muito mais baixa, de 4%, e, neste caso, o serviço de streaming aceitou.