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Korruptus: uma crítica à política brasileira em formato de jogo

Korruptus: uma crítica à política brasileira em formato de jogo
Marcel Perossi

Marcel Perossi

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Eleições 2014: o momento de votar chegou. Em outubro, mais precisamente na próxima semana, sairemos de casa rumo à cabine de votação para escolher nossos representantes em diversas esferas. O processo de votação é uma conquista democrática nacional. Pena que, em muitos casos, não podemos dizer o mesmo dos políticos.

A desilusão é tão grande em relação à representatividade dos nossos escolhidos que um game foi criado para ironizar os políticos do PT e alguns setores da sociedade, como a Polícia Militar. De autoria da AGW Global, o game é um desabafo sobre a corrupção no Brasil.

Korruptus faz piadas e duras críticas à presidente Dilma, aos cubanos, venezuelanos e todos àqueles que, de alguma forma, estão relacionados com a ideia de comunismo que ronda o imaginário coletivo – a distribuição de bens privados entre todos.

Embarcando em terras piratas

Os piratas, quer dizer, políticos do PT, são personagens treinados no Caribe (Cuba) para ludibriar a população com propostas assistenciais. O plano deu certo e a família brasileira virou refém dos piratas cubanos, que trabalham incansavelmente para roubar dinheiro. Essa é a história do Korruptus.

Para lutar contra os bandidos de colarinho branco, você controlará alguns setores da sociedade, como aposentados – eles atiram chinelos nos inimigos -, manifestantes, Bolsonaro, Joaquim Barbosa e outras figuras controvertidas da esfera pública.

Heróis e vilões se enfrentam pelo poder

O jogo funciona como o Plants Vs. Zombies [Windows | Mac | Android | iPhone | Windows Phone]. É preciso espalhar os heróis em pontos estratégicos do mapa para enfrentar os inimigos, que chegarão em quantidade cada vez maior quando o mês estiver terminando. O último dia está reservado para o chefão.

O inimigo mais forte do mês é um político conhecido nacionalmente por envolvimento com corrupção e/ou desvio de dinheiro público. Sua missão é não deixar que os outros inimigos se aproximem da presidente Dilma. Se acontecer, o dinheiro do hospital e escola será roubado.

Crítica política travestida de humor

Só pelo fato de Jair Bolsonaro ter sido lembrado e usado como personagem – no lado dos bonzinhos! – já demonstra o grau de humor do roteiro. Korruptus não é um game indicado para militantes ou qualquer pessoa cega pelos conceitos de uma ideia política.

Por exemplo, em Brasília, primeiro cenário – são 5 regiões e 12 fases divididas em meses -, mostra uma presidente Dilma, em frente ao Palácio do Planalto coberto de ouro, gritando frases como: “Vai ter Copa!”, “Antes de Lula o Brasil estava afunhunhado”, etc.

Sua missão é evitar que recursos sejam esgotados

As descrições dos personagens são carregadas de uma ironia fina, mas no fundo são críticas ao estereótipo de cada representação. Os guarda-costas são chamados de cachorros domesticados, os militantes são fanáticos e a piriguete, uma “moça da vida”.

Do lado bonzinho, os repórteres do CQC são tratados como os fiscalizadores incômodos desta roubalheira desenfreada pelo Brasil. Algo que muita gente pensa que é verdade. Rachel Sheherazade, Joaquim Barbosa e outros recebem o mesmo tipo de construção.

Fora, Petralhas

Korruptus é um jogo sobre o PT e contra o PT. Quem gosta do tema, está irritado com os casos recorrentes de corrupção, como o mensalão, e vê graça em alguém fazendo críticas embaladas em piadas bem pensadas, se divertirá bastante com o game.

Ao contrário, se você tem uma foto do Lula pregada na parede e o PT simboliza a ascensão da classe média na desigual economia brasileira, é melhor passar longe do jogo. Você ficará irritado e pensará seriamente em discutir sobre os argumentos do roteiro.

Korruptus, como meio de discussão política, é um jogo imaturo. Não serve para discutir política porque parte de uma visão estereotipada de alguns setores da sociedade. Sem contar que alguns dos nosso “heróis” agem de forma que nem toda a população concorda. Mas o grande fator é a crítica à corrupção em forma de piadas.

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