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Facebook Home: sucesso ou fracasso?

Felipe Pessoa

Felipe Pessoa

  • Atualizado:

Facebook Home, o aplicativo que transforma celulares Android em “celulares Facebook”, está com uma pontuação medíocre no Google Play. Muita gente se queixa de que o Home invade a privacidade, que os ícones e menus desaparecem… Enfim, uma bagunça.

Por outro lado, tem gente que curtiu – e muito – o sistema de notificações (“chat heads”), por exemplo. De acordo com Mark Zuckerberg, o objetivo do Facebook Home é “levar a melhor experiência Facebook a todos os celulares”. Claro, desde que sejam Android…

Tanta inovação para os celulares Android gera uma pergunta: e quem tem iPhone, chupa o dedo? Basicamente sim… Aparentemente, os dispostivos Apple estão fora dos planos do Facebook Home.

Para o Facebook, o celular é uma nova forma de TV

Em vez de entrar na briga pelo mercado de celulares, o Facebook decidiu realizar um movimento estratégico: não lançar um celular, mas ter o controle sobre eles.

O que o Facebook Home faz é colocar o seu próprio conteúdo em primeiro plano, como se o smartphone fosse uma “TV Facebook”. Quer dizer, “a grade de programação é minha e todos os canais exibem o meu conteúdo”.

Claro que o Google poderia espernear, mas, no final das contas, trata-se de um teste, uma experiência. Assim como o Facebook, o Google também se interessa pelos resultados de tal teste.

A volta das homepages: uma solução velha, só que de cara nova

Lembra quando as páginas de internet faziam de tudo para ser a página principal do seu navegador? O Facebook Home revive aqueles tempos para tentar fidelizar os seus milhões de fãs. Ao instalar o aplicativo no seu Android, a primeira coisa que você verá ao ligar o celular é justamente o Facebook!

Netvibes: a página principal que aspirava ser a página de boas-vindas no seu navegador

O conceito do Facebook Home não é inovador, mas sim a maneira de ser introduzido nos celulares Android. Talvez seja uma questão de tempo para que outros “cachorros grandes” da internet optem pela mesma tática.

Trocando em miúdos, já não se trata mais de oferecer o melhor dispositivo: o negócio é tomar conta dele por meio da interface e do conteúdo.

Blinkfeed em um HTC One

Muitos fabricantes de celulares já oferecem uma homepage exclusiva. A estratégia poderia ser ampliada no sentido de obter lucro por conta de acordos com diferentes “aplicativos de início”. Exatamente como o HTC First: um celular que já vem com o Facebook Home de fábrica e tem um preço bastante competitivo.

O HTC First vem com o Facebook Home preinstalado

No que diz respeito aos lucros, é evidente que os departamentos comerciais do mundo inteiro já estão babando por uma fatia do bolo. Obviamente que o Google terá a maior fatia destes lucros.

2,3 estrelas? Ao Facebook pouco importa, mas ao Google…

O Facebook dá ao sistema Android um aplicativo inovador, que vai gerar uma certa “invejinha” em quem tem um iPhone. Será que estes usuários trocariam seus iPhones por Androids? Não se sabe…

Entretanto, o Google pode fazer o que quiser, inclusive derrubar o Facebook Home do seu sistema. Tudo isso passa pela conveniência ou não dessa ação – e do dinheiro gerado, claro.

Outra coisa a levar em consideração: quem tem um Android já conhece os aplicativos do seu dispositivo. Portanto, continuarão a baixar programas e usar os serviços do Google. O Facebook Home não impede que você use os apps que quiser. O problema é que eles estão escondidos – bem escondidos.

Onde estão os meus apps? Aqui, devidamente escondidos pelo Facebook Home

O que deveria ser fiscalizado com maior intensidade por Facebook e Google são possíveis problemas de segurança e privacidade. Especialistas afirmam que o Facebook Home pode compilar informação sobre aplicativos usados, uso da bateria e localização GPS em determinados celulares e isso gerou uma resposta imediata do próprio Facebook.

Para que o Google não decida rodar a chave e derrubar o aplicativo, o Facebook deverá melhorar a segurança do seu Home para Android.

Alguém perde com o Home? Sim, quem tem um iPhone

Até agora, uma coisa é clara: os dispositivos da Apple ficaram de fora da brincadeira. Por quê? Uma possibilidade está no fato de que os Androids são celulares com sistema operacional aberto e maior penetração de mercado.

Em um iPhone isso é impossível: a Apple jamais permitiria que o Facebook Home fosse mais visível que os seus próprios ícones.

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